O Manchester City conquistou seu tão sonhado e inédito título da Liga dos Campeões. Um gol do espanhol Rodrigo Hernández no segundo tempo (68') permitiu ao time inglês acabar com a maldição que o atormentava na Europa e derrotar a Inter de Milão por 1 a 0 na final, em Istambul, na Turquia, neste sábado (10).

Num duelo em que o City, claramente favorito, sofreu mais do que o esperado e perdeu seu 'maestro' Kevin de Bruyne devido a uma lesão no primeiro tempo, o técnico Pep Guardiola conseguiu também conquistar a sua primeira Liga dos Campeões fora do Barcelona, onde havia erguido a taça em 2009 e 2011.

O City consegue além disso, a tríplice coroa, ao conquistar o campeonato inglês, a Copa da Inglaterra e agora a Champions na mesma temporada, repetindo a façanha de seu grande rival Manchester United em 1999.

Manchester, aliás, se tornou a segunda cidade do mundo a ter dois campeões da Champions, depois de Milão (com Inter e Milan).

Times quase completos

Os times entraram em campo com quase todas as suas melhores armas: o norueguês Erling Haaland comandando o ataque da equipe inglesa e o argentino Lautaro Martínez no dos italianos. 

O City jogou sem o lateral-direito Kyle Walker, que sofreu um problema nas costas há uma semana na final da FA Cup vencida contra o United e foi substituído pelo holandês Nathan Aké. 

Na Inter, o meia armênio Henrikh Mkhitaryan, que sofreu problemas musculares no jogo de volta da semifinal da Liga dos Campeões contra o Milan e não jogava desde então, cedeu sua vaga ao croata Marcelo Brozovic. 

Pep Guardiola com seu 2-3-4-1 e Simone Inazghi, com o seu clássico 3-5-2, se mantiveram fiéis aos seus esquemas táticos. 

Antes da partida, a cantora Anitta fez uma breve apresentação no gramado, que também contou com o nigeriano Burna Boy e o DJ sueco Alesso. A brasileira usou uma camisa com o nome de Vinicius Junior nas costas, em homenagem ao atacante do Real Madrid que recentemente foi alvo de insultos racistas. 

De Bruyne se machuca

O primeiro tempo da final em Istambul foi truncado, com a Inter fechando os espaços e não se deixando envolver pelo famoso toque de bola do City de Pep Guardiola. 

O português Bernardo Silva teve a primeira boa chance para o time inglês logo aos 5 minutos. Ele recebeu na ponta direita, penetrou na área e chutou alto, para fora. 

A Inter só foi responder aos 19, com Brozovic, que tabelou com Lautaro e chutou de fora da área mas se atrapalhou com o argentino na hora do disparo. 

A melhor chance do City veio dos pés de Haaland, que recebeu um passe de De Bruyne, se livrou de Bastoni e chutou cruzado de pé esquerdo para a defesa de Onana. 

Dois minutos depois, foi a vez de Kevin De Bruyne tentar o chute, mas o goleiro defendeu sem grandes dificuldades. 

O City sofreu um golpe logo em seguida, quando o belga, visivelmente lesionado na coxa direita, foi obrigado a deixar o campo para a entrada de Phil Foden. 

De Bruyne já havia vivido um episódio semelhante na primeira final da Liga dos Campeões disputada pelo City, em 2021, contra o Chelsea (o City acabou perdendo por 1 a 0). Naquela ocasião foi substituído no segundo tempo pelo brasileiro Gabriel Jesus. 

E o primeiro tempo terminou assim. O Manchester City teve mais posse de bola e criou mais chances, mas a Inter mostrou solidez defensiva.

Rodri decide

Se de um lado o City havia perdido seu jogador belga, a Inter colcoou em campo o seu, Romelu Lukaku, aos 56 minutos, substituindo o bósnio Edin Dzeko no ataque para acompanhar o argentino Lautaro Martínez. 

Lautaro, até então apagado, apareceu aos 58 minutos, aproveitando um passe para trás do City para ficar sozinho contra Ederson, mas o chute foi desviado pelo goleiro brasileiro, que fez uma excelente partida. 

Mas o futebol não é uma ciência exata e quando o time inglês parecia estar em seu pior momento, surgiram os outros dois meio-campistas do time. Bernardo Silva disparou pela direita e o passe para trás foi finalizado por Rodri para o fundo da rede, aos 68 minutos.

A Inter não se entregou e teve sua melhor chance dois minutos depois, com um disparo de Demarco no travessão. O rebote foi finalizado novamente pelo próprio meia italiano, mas seu chute acertou o corpo do companheiro de equipe Lukaku.

O belga ainda esteve muito perto de marcar no fim com uma cabeçada que Ederson defendeu em cima da linha com o joelho. 

Foi o último cartucho da Inter, que terá de esperar para conquistar a sua quarta Liga dos Campeões, numa infeliz temporada europeia para o futebol italiano, que também viu a Roma perder a final da Liga Europa para o Sevilla e a Fiorentina ser derrotada pelo West Ham na decisão da Liga Conferência.

--- Últimos vencedores da Liga dos Campeões:

2023: Manchester City (ING)

2022: Real Madrid (ESP)

2021: Chelsea (ING)

2020: Bayern de Munique (ALE)

2019: Liverpool (ING)

2018: Real Madrid (ESP)

2017: Real Madrid (ESP)

2016: Real Madrid (ESP)

2015: Barcelona (ESP)

2014: Real Madrid (ESP)

--- Clubes com mais títulos da Champions (desde 1956):

14: Real Madrid

 7: Milan

 6: Liverpool, Bayern de Munique 

 5: Barcelona

 4: Ajax

 3: Inter de Milão, Manchester United

 2: Juventus, Benfica, Nottingham Forest, Porto, Chelsea

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