A campeã mundial Jenni Hermoso voltou nesta segunda-feira (23) a treinar com a seleção espanhola de futebol, pela primeira vez após o escândalo do beijo forçado que o ex-presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, lhe deu durante as comemorações da conquista do título mundial em agosto. 

A jogadora do mexicano Pachuca, de 33 anos, participou no treino colectivo da equipe realizado em Las Rozas, nos arredores de Madri, apoiada pelos aplausos de dezenas de meninas que compareceram apesar do mau tempo. 

Depois de deixá-la de fora da primeira lista, a nova treinadora Montse Tomé convocou a camisa 10 de 'La Roja' para os próximos jogos da Liga das Nações, que serão disputados na sexta-feira contra a Itália e no dia 31 de outubro contra a Suíça.

Na convocação anterior, no mês passado, Tomé havia decidido não contar com Hermoso por considerar que era "a melhor forma de protegê-la” em meio à polêmica, como explicou. 

A decisão da nova treinadora foi, no entanto, criticada, entre outros, pela própria Jenni. "Me proteger de quê? Ou de quem?", perguntou a ex-jogadora do Barcelona e do Paris Saint-Germain depois da divulgação da primeira lista. 

O escândalo começou no dia 20 de agosto, quando o então presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) Luis Rubiales beijou Hermoso na boca sem consentimento durante a cerimônia de entrega das medalhas da Copa do Mundo na Austrália. 

A atitude de Rubiales gerou um grande escândalo e acabou levando a uma investigação judicial contra ele por possível agressão sexual e coação contra a jogadora.

Pressionado, o ex-homem forte do futebol espanhol, que sempre afirmou que o beijo havia sido consensual, acabou renunciando ao cargo. 

O escândalo, que gerou uma onda de indignação internacional, também provocou um protesto das jogadoras espanholas em defesa da companheira e para exigir mudanças na RFEF. 

Depois de semanas de tensão, na janela internacional anterior, as jogadoras espanholas chegaram a um acordo com a RFEF e o Conselho Superior dos Esportes, o que provocou, até o momento, a demissão de vários ocupantes de cargos na federação e do ex-técnico da seleção feminina, Jorge Vilda. 

Este acordo teve continuidade nesta segunda-feira com a assinatura oficial para a constituição de uma comissão mista que acompanhará o desenvolvimento das mudanças e melhorias acordadas.